Se você mora no planeta terra, já deve ter percebido que estamos passando por mais uma crise global. O tal do COVID-19, código para o Coronavírus, foi exportado pela China para o resto do mundo e desestabilizou toda a economia.

Acredito que esta tenha sido a semana mais turbulenta da história do mercado financeiro, brasileiro e mundial. Pelo menos foi a maior que eu já presenciei. Conferências sendo canceladas, rodadas de ligas esportivas sendo adiadas, aulas suspensas, quarentena… O mundo se rendeu.

Como em todo cenário onde a emoção passa a nos guiar, o medo e a alienação se instauraram. Não se sabe se devemos nos trancar em casa e levar a sério o tom alarmista ou ignorá-lo (DISCLAIMER: eu, como um bom programador e um péssimo infectologista, não sou a melhor pessoa para te dar alguma dica referente ao assunto). 

Por isso meu objetivo com esse post não é falar sobre o Coronavírus em si. O que quero é fazer uma reflexão sobre as imposições que cenários caóticos como esse nos fazem e as consequências disso.

Trabalhando de pijama

O Coronavírus possui um grande poder de disseminação. Por isso, a orientação geral é de que, sempre que possível, se evite o contato físico com outras pessoas.

Com isso, a grande maioria das empresas estão mandando seus funcionários para casa e os incentivando a adotar regime de home-office

Isso já é uma realidade em parte do mundo empresarial e as empresas de tecnologia sao as pioneiras na prática. Mas, se compararmos com o todo, o home-office ainda é praticado por uma parte ínfima do mercado geral.

Sabe por quê? Porque trabalhar com eficácia em regime de home-office é trabalhoso. Home-office exige disciplina e organização, coisa que a grande maioria das pessoas (principalmente brasileiras) não possui.

Agora, você acha que, diante de um cenário onde somente o home-office é possível, as pessoas aprenderão de vez a trabalharem dessa forma?

“Bons tempos criam homens fracos e homens fracos criam tempos difíceis, mas tempos difíceis criam homens fortes e homens fortes criam bons tempos”. Esse é um dos meus ditados preferidos. 

Existem diversas lições que podemos extrair dessa frase. A primeira delas é que vivemos em um eterno ciclo. A crise do Coronavírus, como diversas outras crises enfrentadas ao longo da história da humanidade, será superada e os tempos de calmaria virão novamente.

Outra lição importante é que homens fracos criam tempos difíceis. Obviamente que o Coronavírus, em particular, é um evento impossível de ser previsto. Não da para saber qual será a próxima catástrofe. Pode ser um furacão, uma epidemia, um ataque terrorista… as possibilidades são infinitas. 

Porém, dentre os modus operandi de todas as catástrofes que citei, existem algumas semelhanças. A necessidade de se manter isolado é um exemplo. Neste caso, medidas estão sendo tomadas, como a adoção do home-office.

Agora, vamos nos aprofundar neste exemplo… Você é organizado e disciplinado suficientemente para gerar valor trabalhando de casa, com sua esposa (ou seu marido) também em casa, as crianças correndo de um lado para o outro, a televisão ligada e o caos se instaurando lá fora?

Se você for uma pessoa organizada e disciplinada, você vai passar por esse período de forma tranquila e tirar o problema de letra.

Agora, assumindo que você não seja essa pessoa, diante deste cenário você tem duas opções: 

1) Não conseguir lidar com a situação, se manter desorganizado e indisciplinado e acabar paralisado durante todo este caos. 

2) Usar a situação adversa a seu favor e desenvolver estas habilidades.

Ao escolher o primeiro caminho, quando o caos passar, você pode ser limado por não ter contribuído num momento de necessidade. Em outras palavras, ser limado por não ter gerado valor.

Claro, também pode não acontecer nada com você. E, provavelmente, é isso mesmo que vai acontecer. Só que, como vimos, o mundo é cíclico e outro cenário desse vai aparecer. No médio/longo prazo você roda.

Ao escolher o segundo caminho, você vai provar seu valor e, principalmente, sair mais fortalecido da situação. 

Parabéns! Você desenvolveu duas novas habilidades. Você evoluiu.

E se não houvesse escolha

Agora, e se seu chefe te colocasse a corda no pescoço? “Ou gera valor, ou roda”. Você escolheria qual caminho? 

Vou dificultar um pouco mais. E se fosse questão de vida ou morte? Se você PRECISASSE a qualquer custo daquele dinheiro pingando no fim do mês. Se um familiar muito próximo seu precisasse de um remédio caríssimo para sobreviver e perder a sua única fonte de renda não fosse uma opção?

Obviamente você tomaria o segundo caminho e se desenvolveria, certo?

Nós somos parte de uma geração molenga, que cresceu no período de maior bonança na história da humanidade. Há 200 anos atrás, 90% dos seres humanos viviam na extrema pobreza. Hoje em dia este número é de 10%. Nunca estivemos tão alfabetizados, tão saudáveis, tão longevos. Além disso, nunca estivemos tão democráticos.

Todos esses números são ótimos, mas, como tudo na vida, há o seu lado negativo. Nos tornamos seres humanos fracos. Sempre que possível, ao invés de aprendermos a lidar com a adversidade, buscamos abrigo no guarda-chuva do mais forte, seja pedindo dinheiro para os pais, seja o FED injetando trilhões na economia.

O resultado disso é que, a cada novo contratempo, perdemos a chance de nos fortalecer. E, invariavelmente, menos força significa mais fraqueza.

E, quanto mais fracos, cada vez mais difícil lidar com a adversidade. Até o momento em que não tenhamos mais para onde correr. Pode ser que esse momento nunca chegue? Sim, pode. Mas e se ele chegar?

As minhas reflexões sobre tudo isso

Ainda na linha dos ditos populares, tem um que reflete bem o que penso sobre tudo isso: “Espere pelo melhor, mas prepare-se para o pior”.

Preparar-se é se tornar mais forte. Viva para ser uma pessoa mais forte em todos os aspectos da sua vida: mental, físico, social, intelectual e financeiro. 

Na pior das hipóteses, quando a merda vier você estará preparado. Na melhor das hipóteses, sua busca pelo fortalecimento se transformará em busca por evolução. A cada dia você será um ser humano melhor e mais capaz de proteger os seus.