Você já parou pra pensar quem é o Diabo? Com certeza todos o conhecem. Chifres, cara de mau, vermelho, sempre com um tridente em mãos.

Provavelmente você ouviu falar muito desta temida figura durante a sua infância, mesmo que você não tenha sido criado em um ambiente cristão.

Mas o que é, de fato, o diabo? Este é o diabo que Napoleon Hill cita em sua obra? Devemos temê-lo?

No último post eu fiz uma introdução sobre o livro o livro Mais Esperto que o Diabo (se você não leu, por favor, volte e leia). Hoje, seguindo com a agenda que prometi no post anterior, vou falar sobre quem é o Diabo (ou melhor, Vossa Majestade), e também vou te contar como ele domina as pessoas.

Quem é Vossa Majestade

No começo da entrevista, logo nas primeiras perguntas, o autor indaga o diabo o chamando de “senhor”. Prontamente é interrompido.

“[…] Mas primeiro você deve se dirigir a mim com mais respeito. Durante esta entrevista, você se dirigirá a mim somente como ‘Sua Majestade'”

Então, Napoleon questiona esta auto-proclamada autoridade, ao passo que o Diabo responde: 

“Você deve saber que eu controlo 98% das pessoas do seu mundo. Você não acha que isso é motivo suficiente para me dar um título de realeza?”

E essa é a primeira grande revelação do livro. Como assim a maior representação de força do mau controla 98% do mundo? Se olharmos em nossa volta, a grande maioria das pessoas são boas, e não más. Então como o diabo as controla? Será que o diabo me controla?

A frente vamos entender um pouco mais sobre isso. Mas antes é preciso entender quem é o Diabo.

Ele se define como “Energia Negativa” e ocupante da “metade de cada átomo da matéria física e cada unidade de energia mental e física”. Sua oposição é o que nós, humanos, chamamos de Deus.

Segundo o próprio, o Diabo não é alguém, ele não possui forma física. O diabo trata-se de um pensamento, uma energia. Em resumo: o diabo é uma idéia. 

E esse é o primeiro grande insight do livro. Algo com corpo, com forma física, torna-se algo tangível, que necessariamente existe no nosso “mundo real”. 

Ao se definir como uma ideia, o diabo se torna praticamente imortal, pois, enquanto houver ao menos uma pessoa no mundo acreditando em sua existência, de fato, ele existirá.

Assim conseguimos entender como as ideologias são criadas e perpetuadas. Conseguimos entender como as grandes barbáries do século XX, como nazismo ou comunismo, puderam acontecer, por mais absurdos que fossem seus ideais.

Conseguimos entender, principalmente, como estas ideias continuam, de certa forma, vivas. Podemos usar como exemplo os grupos neonazistas que vez ou outra aparecem na mídia, ou até mesmo o fato ainda de existir um Partido Comunista do Brasil.

O ex-presidiário Lula, ao ser solto, soltou a seguinte pérola: “Eu não sou um ser humano, sou uma ideia. E não adianta tentar acabar com as ideias.” Alguma semelhança?

Mas, se o diabo é apenas uma ideia, basta nós não acreditarmos mais nele que ele perde domínio sobre nós. Mas como deixar, genuinamente, de acreditar no Diabo?

Como o Diabo ocupa a mente das pessoas?

Durante a entrevista, “Vossa Majestade” revela seus segredos, a começar pelo método que utiliza para ocupar a mente de 98% dos humanos.

Nossa mente é extremamente poderosa, e todos nossos atos são conduzidas por ela. A questão é que a grande maioria das pessoas – 98%, segundo o próprio – não possuem controle sobre suas mentes.

Isso ocorre basicamente por dois motivos: o medo e a alienação. 

Ambos são interligados. Os medos, de maneira geral, desencorajam o ser humano a pensar. Deixar de pensar por si próprio é o que denominamos de alienação.

Voltando ao assunto anterior: você acha que nazistas pensavam por si próprios, ou eram apenas alienados, massa de manobra?

Os seis medos mais comuns que levam o ser humano a este comportamento são: medo da pobreza, medo da crítica, medo da perda de saúde, medo da perda do amor, medo da velhice e medo da morte. 

Os mais efetivos são o medo da pobreza e o medo da morte.

Com o medo instaurado em sua mente, o ser humano tende deixar de pensar por si próprio e, a partir disso, passar a aceitar que outras pessoas pensem por si. É neste momento que o diabo entra em cena.

Agora, pense comigo: desde a sua mais tenra idade, quantas vezes o medo não foi utilizado com você como modo de educação? 

“Se você for mau criado o homem do saco vai te levar embora”, “Se você não se comportam bem, o papai noel não vai te trazer presente”, “se você fizer isso, o papai vai ficar muito chateado”.

Não é a toa que o diabo cita que seus três maiores aliados são os pais, os professores e os líderes religiosos. Em outras palavras, são as figuras que nos educam.

O gatilho sempre é o medo. Nos exemplos que citei acima, o medo de ser raptado pode ser traduzido em medo da morte; o medo de não ganhar um presente, ou de chatear seus pais podem ser, de certa forma, traduzidos em medo de perder o amor.

Esse modo de se pensar é incutido em nosso subconsciente e acaba por nos acompanhar e ditar nosso padrão mental por toda a vida. 

Agora faz sentido os 98% de sucesso de “Vossa Majestade”

No próximo episódio…

E ai, está gostando? Espero que eu esteja conseguindo trazer as ideias chave desta obra prima e minhas reflexões sobre essas ideias.

Alias, ideia é o mote deste post. Entender o poder que uma ideia tem de nos mover é a chave para “se livrar dos domínios do diabo”.

Ao ler este livro você começa a perceber, de fato, como tudo o que o “o diabo faz” para dominar 98% da mente dos seres humanos faz muito sentido. 

Você provavelmente se identificou como um dominado pelo diabo, né? Eu, ao ler, me identifiquei muito.

Mas, fique tranquilo, no próximo post eu vou te explicar como fazer para retomar o controle da sua mente e se livrar das garras do diabo.