Na semana passada, meu amigo Davinir Jr compartilhou um vídeo no grupo de membros do Welcome to the Django com o seguinte título: “Porque os incompetentes se acham incríveis”.

Em seguida, o Iuri compartilhou um outro artigo muito bom com um quiz que tem como objetivo validar se “você é realmente bom para ter síndrome do impostor”. 

Por outro lado, sempre rolou uma discussão super pertinente sobre a síndrome do impostor citada no artigo. 

Hoje, meu objetivo, é refletir um pouco sobre esse assunto.

Você sabe o que é síndrome do impostor?

Segundo a Wikipedia, “A síndrome do impostor é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles.”

Esse sempre foi um tema muito debatido na área de tecnologia. Inclusive existem ótimos vídeos que aprofundam mais no assunto no contexto de tecnologia e desenvolvimento de software. Se você quiser se aprofundar no tema, o Igor Oliveira, do Canal ProgramadorBR, O Casal CDF e o Andre Noel, do Vida de Programador, abordaram o tema de forma mais profunda e com ótima qualidade. Corre lá e assiste.

O mundo e a carreira de tecnologia e desenvolvimento de software possui contextos muito peculiares que, na minha opinião, nos fazem flertar com o assunto. 

O mundo de hoje é movido por tecnologia. Isso significa que nós, programadores, somos a mão de obra responsável por “fazer o mundo girar”. Além disso, o mundo de hoje é movido por inovação. Aliar tecnologia a inovação significa que o nosso mercado muda constantemente, muito mais que outros mercados.

A cada dia sai uma nova tecnologia, um novo banco de dados, uma nova linguagem. A sensação é de que precisamos nos atualizar constantemente. Junto a isso, vivemos em um mercado super aquecido e competitivo, que quase sempre possui prazos apertados e grandes pressões.

Agora some essas características com os contextos individuais de cada um, como possíveis traumas infantis, insegurança e outras questões psicológicas. O risco de nos sentirmos um impostor é alto.

E se você for, de fato, um impostor?

Por outro lado, vivemos uma geração fortemente marcada por um sentimentalismo tóxico, onde a expressão de um sentimento muitas vezes acaba se tornando mais importante do que fatos em si.

Ao assistir o vídeo que citei no começo, vemos a história de um ladrão que assaltou dois bancos no mesmo dia sem usar máscara ou qualquer outro objeto que escondesse sua identidade. Rapidamente ele foi preso e, quando questionado de sua “audácia” de nem tentar se esconder, os policiais percebem que ele acreditava estar invisível para as câmeras pois tinha passado suco de limão na cara.

Essa história, quase que caricata, é contada pelo autor do vídeo com o objetivo de explicar o “Efeito Dunning-Kruger”, que basicamente mostra que “somos imprecisos em avaliar a extensão de nossos conhecimentos e habilidades” e “frequentemente superestimamos o quanto sabemos”.

Este efeito pode ser representado neste gráfico:

Note no gráfico que, quando há um baixo nível de competência, há grandes chances de haver um alto nível de confiança. A partir daí podemos entender o “porquê os incompetentes se acham incríveis”.

Então, como saber se você sofre de síndrome do impostor ou se, de fato, você é um impostor. Simples, olhe o gráfico abaixo:

Se você está em qualquer ponto abaixo da linha traçada no gráfico, como por exemplo perto do ponto 1, há grandes chances de você estar sofrendo de síndrome do impostor.

Agora, se você está em qualquer ponto acima da linha traçada, como por exemplo perto do ponto 2, sinto lhe dizer mas provavelmente você está sofrendo de sentimentalismo tóxico e não passa de um mimado e, de fato, um impostor.

Como não sofrer de síndrome do impostor e nem ser um impostor?

Meu objetivo com este texto não é fazer pouco caso com um problema sério, como a síndrome do impostor. Tampouco é validar o sentimentalismo de um verdadeiro impostor. Não quero fazer julgamentos.

Eu, por exemplo, ao olhar para trás, consigo lembrar de situações onde eu sofria de síndrome do impostor e também situações onde eu fui um impostor, de fato.

O objetivo deste texto é trazer uma reflexão sincera: você se subestima, ou você se superestima?

Essa reflexão é difícil de ser feita pois nos exige grandes doses de humildade e autoconhecimento. Em todo caso, vou sugerir alguns questionamentos:

Você, de fato, gera valor para as pessoas a sua volta? Quando você gera valor, você faz isso intencionalmente, ou por “acidente”?

Responder estas perguntas com sinceridade é fundamental para que você consiga identificar sua posição. 

Questionar-se constantemente também é super importante para que não nos tornemos impostores. O nosso ego é, muitas vezes, o nosso inimigo. Precisamos contê-lo.

E para garantir que você não se torne um impostor, recomendo seguir as dicas do vídeo:

  1. Tenha coragem de pedir e ouvir feedbacks sobre suas atitudes
  2. Mantenha-se sempre aprendendo
  3. Seja humilde para admitir que você pode, e muitas vezes irá, estar errado.

Resumindo estas três dicas: Foque sempre em gerar valor!