Entre idas e vindas, eu trabalho de forma remota há cerca de 6 anos. O trabalho remoto já era uma realidade para mim bem antes da pandemia.
Para que você tenha uma noção, já passaram mais de 20 prestadores pela Codevance ao longo destes últimos 3 anos. Vários destes, no momento da contratação, eu nunca havia encontrado presencialmente. Alguns, inclusive, sigo nunca tendo visto pessoalmente, mesmo que tenhamos mais de anos de relação.
Fato é que estamos em 2020, fomos assolados por uma pandemia global e, seja de forma compulsória ou voluntária, nos vimos trancados em casa e obrigados a aprender na marra a trabalhar de casa, de forma produtiva. Cheguei até a escrever sobre isso, lá no começo da pandemia.
Já estamos há cerca de 4 meses enfrentando este cenário e, ainda que o mundo esteja, aos poucos, voltando ao normal, muita gente “descobriu” que é possível viver uma vida profissional mais otimizada e evitar desperdícios, como, por exemplo, um deslocamento de duas horas diárias.
Já nos acostumamos com essa nova realidade (nem vem que não vou usar o termo novo normal). Muita gente já cometeu os erros que deveriam ser cometidos quando se trata de trabalho remoto. Sendo assim, eu resolvi fazer um compilado de tudo o que aprendi ao longo desses anos como um “profissional remoto”. O objetivo é que você leia isso e pense “nossa, que óbvio, por que só agora faz sentido?”. Utilize essa série de posts como um guia de consulta de boas práticas para sua nova trajetória como profissional remoto.
Minha História com o Remoto
Eu sempre acreditei no trabalho remoto. Nunca entrou na minha cabeça ter que atravessar a cidade para ficar a maior parte do tempo em uma baia, com um fone de ouvido, me comunicando com as pessoas pelo software de mensagens. Eu poderia fazer isso de pijama, do conforto do meu lar, tranquilamente.
Em 2013 eu resolvi largar tudo e fazer minha primeira tentativa. Com o passar dos anos e, aos trancos e barrancos, o negócio foi rolando. Fui aprendendo e entendendo o que dava certo, e então, passei a defender esse modo de trabalho.
Sempre fui tido como louco, diziam que para fechar negócio tem que ter olho no olho, ou então que o presencial traz a sinergia necessária para o longo prazo. De certa forma, até entendo essa postura. Eles não tinham visto o que eu tinha visto. Como diria o poeta, “quando a gente vê, não dá para desver”.
Em todo caso, o pessoal que me criticava tinham sim alguns pontos válidos. Sempre tive aquela pulga atrás da orelha de que, se eu quisesse crescer profissionalmente, em algum momento precisaria abrir mão desse “conforto”.
Porém, essa crença limitante se desfez no momento em que fechei meu primeiro grande contrato de forma totalmente remota. Tudo correu perfeitamente. Reuniões via videoconferências, contratos assinados digitalmente, notas fiscais enviadas por email, pagamentos feitos via TED. O projeto se iniciou e encerrou todo de forma remota. Até hoje nunca conheci o cliente presencialmente. Depois desse, já foram ao todo 5 projetos manuseados dessa mesma forma, completamente remota.
Em resumo: Sim, sempre foi possível trabalhar de forma 100% remota e ganhar MUITO bem!
Mas, não se engane, as circunstâncias são determinantes para que esse processo funcione. Um grande banco, por exemplo, dificilmente negociaria um grande contrato sem um encontro presencial. Fato é que a pandemia transformou o mundo. Nesse aspecto, para melhor. O que antes era bem mais difícil, hoje se tornou perfeitamente factível. Vamos aproveitar isso da melhor maneira possível.
Mas como?
Prepare Seu Ambiente de Trabalho de Forma Adequada
Não sei se esta é a dica mais importante, mas, com certeza, é a primeira que deve ser abordada, caso você pretenda levar a sério esse lance de trabalho remoto.
Primeiro de tudo, é importante frisar que trabalho remoto não necessariamente signifique home office. Conheço diversas pessoas que trabalham para empresas de outras cidades, outros estados e até mesmo outros países, e, nem por isso, trabalham de suas casas. Essa turma geralmente trabalha em co-workings perto de suas casas, ou até mesmo em cafés, livrarias, etc.
Sendo bem sincero: não acredito nesse lance de trabalhar no Starbucks. Pode ser legal para quebrar a rotina, tirar uma onda, ou até mesmo necessário em um caso de exceção. Agora, fazer disso o seu dia a dia acho uma baita furada. Por quê? Por que nestes locais você não tem uma infraestrutura adequada para executar seu trabalho no longo prazo.
Para trabalhar de forma remota, você precisa ter um ambiente que seja deliberadamente pensado e organizado para isso. Nas empresas, por mais que às vezes não pareça, os ambientes são pensados para isso. No Starbucks não.
Portanto, reserve um local que permita que você possa se concentrar e executar seu trabalho. Se você estiver em casa, separar um cômodo só para isso é o ideal. Este cômodo deve ser calmo, silencioso e organizado o suficiente para que você possa se concentrar tanto em tarefas introspectivas e criativas, quanto em chamadas, videoconferências, etc.
Não precisa de nada especial. Um espaço com uma boa mesa, uma boa cadeira, uma boa iluminação, uma boa ventilação e um porta que possa ser fechada já é o suficiente. Eu, por exemplo, trabalho em um cômodo que também é um closet. Por incrível que pareça, ele atende todos os requisitos listados acima.
Aproveitando o gancho… Seus equipamentos devem ser compatíveis e, sempre que possível, bons o suficiente para que você possa executar seu trabalho da melhor maneira possível. Tenha uma boa mesa e uma cadeira confortável e de qualidade. Tenha também um bom computador, que atenda todos os requisitos necessários para que você possa executar seu trabalho sem nenhum tipo de impedimento.
Estenda estes cuidados para a sua internet. Nos grandes centros, uma internet decente não custa mais que R$ 150/mês. Imagino que no interior esse valor possa variar um pouco, bem como a qualidade do serviço. Ainda sim, acredito que ambos não fujam tanto do padrão.
Se, assim como eu, você vive no Brasil, você é vítima de uma máfia um oligopólio de empresas de comunicação. Como não poderia deixar de ser, os serviços prestados por um oligopólio, são sempre de qualidade questionável. Portanto, se possível, assine mais de um serviço de internet, para que você tenha redundância e corra menos risco de ficar offline, perder conectividade e, por consequência, produtividade.
Preparar um bom ambiente de trabalho é primordial para que você possa exercer o seu trabalho com qualidade. Qualquer economia feita nessa área que impacte na qualidade é uma economia burra. Lembre-se sempre que é muito mais inteligente focar seus esforços na abundância do que na escassez.
E, assim, termino por aqui a primeira parte desta sequência de artigos que farei sobre trabalho remoto. Espero que eu possa gerar algum valor para você e que, com essas dicas, você possa trazer mais qualidade e tempo para a sua vida. Assim, você também poderá gerar valor para outras pessoas.
Semana que vem tem mais!
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