Na semana passada o Fabio Akita soltou um vídeo espetacular sobre autodidatismo. Para quem não conhece, o Akita é figura reconhecidíssima no mercado de tecnologia. Tem 30 anos de carreira e manja muito, tanto da parte prática quanto da parte de business.

Inspirado nesse vídeo (que eu recomendo muito que você vá assistir depois que terminar de ler este post), eu resolvi tecer alguns comentários sobre o autodidatismo e porque ele vem sendo tão importante na minha vida, mesmo eu não tendo notado ao longo dos anos.

O que é o autodidatismo?

Não quero me alongar na explicação, afinal o Akita explicou no vídeo dele. Então, de forma bem básica: autodidatismo é a capacidade de aprender sem precisar especificamente de alguém ditando o que se deve estudar.

Não confunda com não precisar de um professor. Para aprender algo, precisamos que outra pessoa nos transmita este conhecimento, seja por artigos, textos, livros, cursos e até mesmo pelo método mais tradicional, a sala de aula. 

O que o autodidata não precisa é de uma ementa, uma carga horária, uma sequência. O autodidata não precisa disso pois ele tem outras duas coisas: curiosidade e necessidade.

Sem perceber, eu fui um autodidata a minha vida inteira. Tive uma sorte imensa de nascer curioso e contestador. Sempre fui desconfiado. Para o desespero dos meus pais, desde criança o “porque sim” nunca funcionou para mim.

Sim, eu passei por toda a ementa obrigatória da escola. Fiz ensino fundamental, ensino médio. Inclusive fiz até faculdade. Durante todo esse trajeto eu aprendi muita coisa. Muita coisa mesmo. Meus pais sempre tiveram uma grande preocupação em garantir um ensino de qualidade para mim. 

E esse justamente é o problema: o quão útil foi eu ter aprendido tanta coisa assim? Eu nunca na minha vida me interessei por biologia, então porque raios eu precisava saber que a mitocôndria é a responsável pela respiração celular? Ou então, a diferença entre circuitos elétricos paralelos e circuitos elétricos em série?

Com certeza alguém me responderia “porque um dia você pode precisar desse conhecimento”. Bingo! Se um dia eu precisar, eu corro atrás e aprendo. Se não precisar, não aprendo, e está tudo bem. Você poupa seu tempo e eu poupo o meu.

Claro, como tudo na vida, não podemos levar esse pensamento a ferro e fogo. Uma pessoa inteligente aprende com seus próprios erros, ao passo que uma pessoa sábia aprende com o erro dos outros. Após já saber o que é preciso aprender, é muito melhor aprender com quem já trilhou o caminho do que ir na base da tentativa e erro. 

Mas é preciso descobrir por si próprio o que aprender e, principalmente, o porquê de aprender. Só assim você desenvolverá sua capacidade de formar seus próprios pensamentos. De novo, recomendo que assista o vídeo do Akita para saber mais sobre o assunto.

A minha faculdade não serviu para nada

Quer um ótimo exemplo de desperdício de tempo? A minha passagem pela faculdade. Eu cursei Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Instituto Federal de São Paulo. Levei 5 anos para terminar um curso deveria ser finalizado em 3, justamente porque eu não via utilidade no que estava aprendendo ali. 

Não vou mentir. Teve sim muita coisa que usei no meu dia a dia como programador. Mas o questionamento é: quanto? E, principalmente, quando?

No meu primeiro ano de faculdade eu consegui um estágio na área de suporte técnico. Aquilo sim foi a minha verdadeira faculdade. Todos os dias eu precisava resolver problemas, e para resolver estes problemas eu precisava buscar por soluções. Revirava o Google, buscava no StackOverflow, consultava os programadores mais experientes. 

A necessidade faz o homem. Foi através da necessidade que o trabalho me impunha que eu aprendi quase tudo o que viria a aprender na faculdade, só que de forma  muito mais rápido e, principalmente, com um porquê relevante. 

Sabe porque eu levei 2 anos a mais para me formar? Justamente porque não tinha saco pra ver o que já sabia (e também o resto que eu considerava inútil). Com isso, tomava bomba por falta.

Voltando a minha história… 

Anos mais tarde, já com alguma experiência como programador, resolvi pedir as contas e me tornar freelancer. Foi porrada atrás de porrada. Perdi dinheiro e trabalhei muito de graça, justamente porque não sabia o que fazer. 

Foi então que a necessidade me fez correr atrás de aprendizado. Comecei a entender como funcionava um fluxo de caixa, como me vender, como negociar. Comprei alguns cursos e, principalmente, conheci pessoas que me ajudaram muito, pois já tinham passado pelo momento que eu estou passando. 

Será que eu teria aprendido tanto se tivesse estudado previamente? Pode ser que sim. Provável que não. Sem a necessidade real de aprender algo, há poucas chances da informação se transformar em conhecimento.

Aprendendo a aprender

Depois da necessidade de aprender a fazer marketing para me vender como freelancer, eu acabei tomando interesse e curiosidade sobre o assunto. Por causa dessa curiosidade eu me afundei no tema e aprendi muito. 

Aprendi tanto, que aprendi até mais que o necessário. O que eu aprendia já nem cabia mais aplicar no meu negócio (que a essa altura já era uma fábrica de software, a Codevance, e não mais um freelancer trabalhando do seu quarto). 

Então que surgiu a necessidade de colocar aquele conhecimento excedente em prática. Foi aí que eu me juntei ao Renzo para ajudá-lo no marketing do Python Pro. 

Por incrível que pareça (isso não foi planejado), a gente acaba ensinando exatamente o autodidatismo lá no curso Python Pro. Porque foi assim que funcionou para nós. A trajetória do Renzo é muito parecida com a minha (com a diferença que ele cursou a faculdade mais difícil do Brasil e eu cursei uma federal bem meia boca).

O método que a gente ensina na prática consiste em três pilares: 1) um problema real para ser resolvido; 2) colocar a mão na massa para resolver este problema; 3) Buscar conhecimento e ajuda de colegas à medida que as dúvidas e as barreiras vão aparecendo.

De forma resumida, essa é a filosofia de todos os cursos, materiais e conteúdos da Python Pro.

Fiquei realmente feliz ao assistir o vídeo do Akita e ver que o programa de estágio da CodeMiner42 é muito parecido com o nosso processo de ensino. Isso indica que estamos no caminho certo!

Então, essa é a dica de hoje: Foque seus esforços em aprender a aprender. Com essa habilidade, o resto vem por consequência.

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Dos dias 13 ao dia 16 de Abril vai acontecer A Semana do Programador Profissional, um workshop gratuito onde o Renzo vai te mostrar como uma pessoa completamente leiga em programação pode aprender a programar em questão de meses e se tornar um programador profissional, desde que faça isso da maneira certa.

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