Dia desses meu amigo Marcelo Andriolli me sugeriu um tema diferente, e portanto, interessante. 

Ele estava insatisfeito com algumas questões particulares e resolveu buscar no google o termo “How to make money with software”. O objetivo dele era buscar algum tipo de inspiração. 

De fato, ele encontrou várias alternativas. Nós fazemos parte de um mercado que está em plena ascensão a, pelo menos, 30 anos. E a tendência é só aumentar, pois a tecnologia está tomando conta de todos os aspectos da vida de um ser vivo.

Esse cenário nos remete aquela frase que sempre é bom ser lembrada: “Todo mundo já percebeu que o programador é uma máquina de fazer dinheiro. Menos ele próprio.”

Sob essa frase, fica o questionamento. De qual turma você faz parte? Você já percebeu que o programador é uma máquina de fazer dinheiro? Ou ainda não?

Abaixo eu vou listar 4 atitudes em que você está perdendo dinheiro. Se você se enxerga em alguma delas, sinto te dizer que você está na segunda turma. Mas, calma. Sempre é tempo de melhorar!

1- Criar soluções desnecessariamente complexas

O ativo mais valioso de todos é o tempo. Ele é o mais valioso porque é absurdamente escasso. Todos têm somente 24h em um dia.

Quando você opta por desenvolver, ou utilizar, soluções complexas para problemas simples, você está desperdiçando o seu maior ativo. 

Quando falamos que “tempo é dinheiro”, estamos pensando no conceito de custo de oportunidade.

Imagine a seguinte situação: Você precisa fazer um cadastro simples das contas a pagar e receber de um prestador de serviços. Vamos imaginar alguém que trabalha dirigindo para a Uber. O objetivo é ter um panorama geral da saúde financeira desse prestador.

Imagina dois cenários. Em um deles você vai utilizar o hype do momento, com Nodejs em lambdas AWS no backend, conversando com um banco Firebase, fazendo cache dos dados no Redis, com um React consumindo as informações no frontend via GraphQL (nem sei se o que falei faz sentido, só fui pegando umas buzzwords). Em outro, você vai simplesmente subir um Django, mapeando os dados nos models e utilizando o admin para o cadastro das informações. 

Qual dos dois cenários vale mais a pena? Isso mesmo: Nenhum!

Vale mais a pena você criar um Google Sheets com três planilhas: receitas, despesas e consolidado. Pronto, você resolveu o problema em questão de horas, quando nos cenários acima você gastaria, no mínimo, dias. 

Você gerou valor rápido! Quanto mais rápido você gerar valor, mais rápido você poderá gerar valor novamente. Quanto mais vezes, mais dinheiro no seu bolso.

2- Prestar um mal serviço

Eu nem deveria estar falando deste assunto, pois ele é auto explicativo. Ninguém quer pagar para receber um serviço bosta. 

Entretanto não acho que o assunto seja tão raso a ponto de não podermos nos aprofundar um pouco.

O seu maior cartão de visitas, com certeza, é a qualidade do seu serviço. Se você é um programador que pensa em desenvolver um código com qualidade, seus colegas de trabalho vão se lembrar de você de uma forma positiva. Se você é um programador que se preocupa em resolver a dor do seu cliente, seus clientes vão se lembrar de você de uma forma positiva. Se você é um profissional que busca atuar junto de seus superiores, e não contra eles, seus chefes vão se lembrar de você de uma forma positiva.

Isso é garantia de que você sempre terá demanda? No curto prazo, não. No longo prazo, sim!

Agora, se você escrever código porco, se você não se importar com o problema do seu cliente, se você for rebelde e não jogar junto do seu superior, com certeza suas oportunidades vão minguar no curto e no longo prazo.

O ser humano é movido por emoções. Ao interagir com outras pessoas, nós despertamos suas emoções. Essas emoções nos levam a tomar atitudes. 

Ao prestar um bom serviço aos que estão a sua volta, você será lembrado e associado a um sentimento de gratidão, de reciprocidade. Você colaborou com essa pessoa e ela se sente em débito com você. 

Porém, ao prestar um mal serviço, você será associado a raiva, pois você, além de não colaborar, atrapalhou essa pessoa.

Qual emoção você acha que te trará mais indicações para novas oportunidades?

3- Deixar dinheiro na mesa

Você, como um bom programador, tem noção da grana que você gera para seus clientes/empregadores?

Sempre que toco nesse assunto gosto de contar uma história de um amigo meu. 

Em resumo, ele prestava serviço a um cliente que, certo dia, contou sobre um problema. Por conta de erros de falta de atenção em um processo manual ele tinha um problema de logística que lhe causava um prejuízo de R$ 10.000,00 por dia.

Esse meu amigo programador deu uma pequena pesquisada e viu que esse processo poderia ser resolvido apenas consumindo algumas APIs e automatizando o processo. 

Em cerca de 4h ele resolveu o problema do cliente. Ele cobrou R$ 400,00 (pegou cada hora e multiplicou com R$ 100, um bom valor/hora). Você acha que ele saiu em vantagem, ou em desvantagem?

Faça as contas comigo: Um problema de R$ 10k/dia, que acontecia recorrentemente. Se considerarmos que esse problema aconteceu pelo menos 5x no ano passado, o prejuízo foi de R$ 50k para o cliente. 

Agora, se coloque na posição do cliente. Quanto você pagaria para resolver um problema de R$ 50k de prejuízo?

Para cenários como esse eu costumo seguir a lógica do bom garçom: Cobre 10% do valor gerado.

O cliente, com certeza, ficaria super satisfeito em gastar R$ 5k para resolver o problema. Ainda sobram R$ 45k na mão dele. 

Ao cobrar R$ 400 ao invés de (pelo menos) R$ 5.000, o meu amigo deixou R$ 4.600 reais na mesa.

Para não deixar dinheiro na mesa, é preciso entender e investigar seu cliente. Quanto de dinheiro o seu trabalho está colocando no bolso do seu cliente? Quando ele está economizando? A busca por esse panorama geral é o que vai te fazer mudar para a turma que já percebeu que um programador é uma máquina de fazer dinheiro.

4- Não medir o custo do seu trabalho

Vamos continuar na linha de entender o quanto de riqueza você é capaz de produzir como programador. 

Imagine o seguinte cenário: Você faz parte de uma equipe de programação de uma empresa que está enfrentando problemas para priorizar os pedidos dos clientes, que são as outras áreas da empresa.

O financeiro precisa que uma planilha seja gerada de forma automática. A operação precisa que o tempo de atendimento seja melhorado através de uma interface mais intuitiva. O marketing precisa que o logotipo do sistema seja atualizado. Vocês, como equipe, precisam priorizar alguém. Mas quem?

A melhor forma de fazer isso é falando a língua que todos entendem: a língua do dinheiro. Você sabe quanto custa para a empresa fazer cada alteração? 

Não existe almoço grátis. Para cada alteração é necessário a mobilização de uma ou mais pessoas da equipe. É necessário alterar o código, gerar uma nova versão do software, testar essa nova versão, fazer o deploy em todos os ambientes. Tudo isso leva tempo. Tempo é dinheiro.

Quando cada cliente argumentar que sua demanda é a mais importante, você pode tangibilizar essa demanda em custo. Mas como?

Primeiro vamos entender quantas entregas seu time fez no mês passado. Vamos supor que tenham sido dez entregas. Qual foi o custo para a empresa manter essa equipe? Vamos supor que o custo mensal seja de R$ 20k. 

Uma equipe que custa R$ 20k conseguiu fazer dez entregas no mês. Podemos concluir que o custo de cada entrega foi de R$ 2k.

Trocar o logotipo do sistema custa R$ 2k para a empresa. Automatizar a planilha custa R$ 2k para a empresa. Melhorar a interface do sistema custa R$ 2k para empresa. 

Indo na contramão, o que trará mais dinheiro para a empresa? Um atendimento mais rápido, uma processo do financeiro automatizado ou um logotipo novo no site?

Viu como ficou mais fácil priorizar? Isso só foi definido por que conseguimos medir o custo do trabalho. Se você não tem noção de quanto custa executar o seu trabalho, você também não vai ter noção de como empregar melhor seu tempo.

Siga esses quatro passos acima e tenha a certeza de que você estará perdendo dinheiro!