No início de minha carreira como freelancer, algo que senti muita falta foram dicas sobre “como se tornar um freelancer”. Existem artigos que me ajudaram a ter um norte a seguir, alguns com conteúdos muito bons, porém muito genéricos. Pensando nisso, escolhi compartilhar um pouco das minhas dificuldades e facilidades nos meus dois anos e meio de experiência. Essas dicas passarão por alguns pontos, desde planejamento até execução. Minha intenção é fazer uma série de posts abordando diferentes aspectos que você deve aprimorar para conseguir prosperar nessa área. Serão dicas e pontos que considero importantes e que fui aprendendo ao longo deste período e que gostaria de compartilhar.

Depois de refletir um pouco e considerar quais são os pontos-chave que devem ser considerados nessa carreira, eu optei por dividir esse texto em tópicos específicos, sendo que cada post abordará um tópico diferente. Cada semana pretendo soltar um post novo.  Esses tópicos, a princípio, serão:

  1. Planejamento
  2. Gestão financeira
  3. Marketing
  4. Operacional
  5. Desenvolvimento pessoal

Esses são os cinco tópicos que tento aprimorar em minha vida de freelancer hoje. Caso você sinta falta de algum outro ponto, ou ache que algum tema não merece uma ênfase de um post somente, sinta-se a vontade para comentar e batermos um papo.

Antes de tudo, acho interessante falar que o termo Freelancer é apenas uma variação do termo Empreendedorismo. A partir do momento que você larga o seu trabalho e passa a vender seus serviços para outras pessoas, você está empreendendo. Você agora passa a ser uma empresa. Quanto mais cedo você conseguir entender isso, mais fácil será para lidar com todas as atividades extras que envolvem a vida de um freelancer. Essa será a diferença básica, porém primordial, da sua vida pré-freela e sua vida como freela. Quando você trabalha para alguém, geralmente você fica focado somente em fazer o seu trabalho, pois todas “as outras coisas” estão sendo feitas por outra pessoa. Quando você passa a trabalhar por conta, essas outras coisas terão de ser feitas por você. Essas outras coisas são os pontos listados lá em cima.

Então, vamos lá! Para abrir a série “Como se tornar um freelancer”…

Planejamento. Ou, o antes…

Você está querendo se tornar um freelancer. Muito provavelmente está começando a ficar de saco cheio de seu trabalho atual. Pelo menos, foi isso que ocorreu comigo. Provavelmente você já faz um bico aqui e outro ali, um trampinho depois do expediente, na hora do almoço, no fim de semana, etc, porém nunca havia cogitado a ideia de viver só de seus freelas. Até que você pega um freela um pouco maior e ganha uma grana bem parecida ou até superior ao o seu salário. Nesse momento, os olhos brilham! Você pensa: “poxa, se trabalhando fora do meu expediente eu consigo ganhar isso, full-time ganharei muito mais”. Ai já era, depois que você coloca essa ideia na cabeça, nada vai tirar.

Minha trajetória foi exatamente assim. E a boa notícia é: Isso que você está fazendo já faz parte de todo o planejamento. Você só precisa de um empurrãozinho para organizar as ideias e largar tudo! Se você nunca passou por nada disso que citei, leia com máxima atenção o próximo tópico. Se você já se encontra nessa situação, leia também com atenção, pois o planejamento não apenas de experiência, mas também de nome no mercado e reservas financeiras.

Comece a ser um “freelancer parcial”

Para fazermos mudanças em nossa vida, temos que passar por certos sacrifícios. A única dica que dou é: Comece a pegar freelas e os faça em seu tempo livre. A não ser que você não esteja fazendo nada no seu trabalho, infelizmente, não tem outra saída.

Comece a se planejar pelo menos um ano antes. Com esse tempo de estrada, você já vai ter certo nome no mercado, e terá infinitamente menos dificuldades para conseguir novos trabalhos.

A intenção aqui é fazer algo com planejamento e responsabilidade. Começando seu planejamento com um ano de antecedência, você terá basicamente tudo o que precisa para poder largar tudo: experiência, nome no mercado e reserva financeira. Em hipótese alguma pule esta etapa, somente por um motivo: Reserva financeira. Lembre-se: você agora é uma empresa. Essa reserva financeira será o investimento inicial que sustentará os primeiros meses. No post dedicado as finanças falarei com mais detalhes sobre isso.

Responsabilidade e compromisso

Quando você faz freela em paralelo ao seu trabalho principal, pode ser que o seu senso de responsabilidade e compromisso fique um pouco mais frouxo, talvez pelo fato da “segurança” que o seu trabalho principal te dá. Seria algo tipo: “se eu perder esse freela não tem problema, pois tenho meu salário. Seria só uma graninha extra”. É importantíssimo cortar esse mal já!

Quando você se torna freelancer, é o seu nome que está em jogo. Por mais que você tenha mil mecanismos para prospectar e vender, pode ter certeza que o que mais vende é o famoso boca-a-boca. Principalmente no começo. E cliente satisfeito é cliente fiel.

Cumprir seus prazos, manter sua palavra, ética e honestidade são itens importantes em qualquer âmbito da vida. Para quem é autônomo e trabalha por conta própria, é mais importante ainda. Ou seja, tenha profissionalismo.

Trabalhe como um profissional, aparente ser um profissional

Não basta apenas trabalhar de forma profissional. Você precisa aparentar ser um profissional. São detalhes, simples de serem cumpridos, que fazem a diferença na autoridade que você, como empresa, passará a seus clientes. Vamos a alguns pontos:

Tenha uma identidade visual

Contrate um designer de qualidade e desenvolva sua identidade visual: logotipo e cartão de visitas são o básico. Caso você tenha facilidade no inglês, existe um site chamado Fiverr, que você consegue contratar “gigs” a partir de $5. Dá pra achar coisa bem legal lá, e bem barato. Se o seu forte não for o inglês, busque indicações de bons freelas e trate no tete-a-tete.

Tenha um site profissional

Domínio e hospedagem

A coisa mais fácil e barata do mundo é montar um site pessoal de forma profissional. Um domínio profissional com final .com.br custa R$ 30,00. Comprei o meu na hostgator e o processo foi super simples, e ainda fiz minha hospedagem lá. Sai menos de R$ 20,00 no plano mais básico, que é mais do que suficiente. Mas, caso queira pesquisar mais afundo sobre a melhor hospedagem de sites, clique no link que você será encaminhado a uma ótima ferramenta, com vários filtros e opções para fazer sua escolha.

Na escolha do nome, não tem muito o que inventar. Tente ficar o mais próximo possível de seu nome (o meu domínio é moacirmoda.com)

Instalando o site

Com o domínio e a hospedagem já compradas e funcionando, instale o wordpress (pelo painel do hostgator dá pra instalar). Ele é o melhor gerenciador de sites que existe no mundo. Super simples e intuitivo. Qualquer pangaré consegue montar um site nele. Como a sua intenção não é ser um pangaré, nós vamos um pouco mais a fundo. Existem temas free para wordpress que são bonitos, porém simples. Um tema pago custa na faixa de $40-$50 dolares, que serão pagos uma única vez. Na minha opinião, vale o investimento. Compro todos os meus temas, tanto para meus freelas quanto para uso pessoal, na ThemeForest. São temas mais ou menos na mesma estrutura, tanto de visual quanto de administração. Será bem fácil administrar o conteúdo do seu site lá.

Criando conteúdo

Com o seu site estruturado, insira conteúdo. Faça algo simples, de preferência single-page, com uma breve descrição de você e do que você faz. Liste seus melhores trabalhos na área do portfólio, caso se aplique a sua profissão. Coloque também depoimentos de clientes que tenham ficado satisfeitos com o seu trabalho. Não se esqueça do mais importante de tudo: cite as empresas para as quais você já trabalhou. Analise se é o caso de citar seus empregos formais também. (eu sei, essa parte eu estou em débito e sei muito bem a falta que me faz um site apresentando meus serviços.)

Não se esqueça também de criar um email profissional. No meu caso, utilizo contato@moacirmoda.com. Tratar com emails de domínios próprios traz um ar muito mais profissional. E, para facilitar as coisas, centralize todos seus emails em uma caixa só. Eu faço isso no Gmail. Muito mais prático. E, obviamente, não se esqueça de dedicar um tempo a aprimorar sua assinatura de emails, divulgando seus contatos.

Tenha um blog

Escrever sobre o que você faz te tras autoridade. Mas não escreva por escrever. Escreva conteúdo de qualidade. Tente manter uma rotina de posts, e comece a criar sua audiência.  Trate seu blog com carinho e dedicação. Ele representa você na internet. Falarei mais sobre isso no post dedicado a marketing e vendas.

Abra um CNPJ e contrate um contador

Ter um CNPJ é importantíssimo você se posicionar como um profissional. Empresas de maior porte só aceitam prestação de serviços com emissão de NF e pagamento em conta empresarial. Lembre-se: você agora é uma empresa.

Um ótimo contador é imprescindível no Brasil. Existem taxas a serem pagas, impostos, burocracias e mais um milhão de coisas que você nunca vai dar conta sozinho. O contador é o cara responsável por isso. Infelizmente, não tem como fugir.

Seguindo a dica do amigo Rafael, os custos que tenho referente ao meu CNPJ são baixos. Entretanto, não são a média do mercado. Meu contador é um cara muito bom que cobra bem barato, baseado em preços de SP. Para abrir minha empresa, eu creio que gastei algo em torno de R$ 500,00, somando taxas e mão de obra. Gasto R$ 150,00/mês de mensalidade. Me enquadro em um CNAE que permite trabalhar como Simples Nacional, portanto pago 6% de impostos sobre o valor da NF emitida.

Conclusão

Eu segui muitas dessas dicas no meu processo de “autonomização”. Muitas outras eu não segui e senti muita falta após quebrar a cara. Coloquei-as nesse texto para que as pessoas que estão começando não cometam os mesmos erros que cometi. É muito mais barato aprender com o erro dos outros.

Executando este planejamento cerca de um ano antes de jogar tudo pro alto, a sua transição será MUITO menos impactante. Vá por mim!

 

Por hoje é só. Gostou do tema? gostou do texto? tem algo a acrescentar? Sinta-se a vontade para se manifestar nos comentários. Não gostou? Não concorda com alguma parte? Não concorda com nada?Sinta-se a vontade para se manifestar nos comentários.

 

Abraços e até semana que vem!